quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Amigos - Chico Xavier

 Gratidão pelos amigos

Agradeço meu Deus, em minha prece enternecida,
 as almas boas que me deste a vida, no campo da afeição.
 Agradeço os amigos que me emprestas, que me toleram falhas e defeitos e equilibram-me os passos imperfeitos, dando-me paz e luz ao coração.
 Agradeço-Te, ó Pai, a sensação confortadora e amena com que a palavra deles me asserena em meus dias de dor e o silêncio que fazem para as lutas de que é preciso para burilar-me, enxugando-me o pranto sem alarme pela bênção do amor.
 Agradeço o socorro que me trazem, mostrando o desapego nobre e raro pra que eu seja apoio ao desamparo, esperança de alguém e a caridade com que me estimulam a ser trabalho, benção, alegria, aprendendo a viver, dia por dia, nos domínios do bem.
 Por toda a santa generosidade, da estima doce e pura, de quantos recebem sem censura, ternos amigos meus, eis me ao sol da oração, para dizer-Te, ó pai do infinito universo na singela pureza do meu verso, obrigado, meu Deus.

Chico xavier


De:  Gentileza gera gentileza

Aprendendo com a vida...

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem tirá-las do meu coração;

Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;

Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros .
Afinal eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo,

A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhosa com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;

Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;

A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;

A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;

A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;

A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;

Me ensinou e esta me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Charles Chaplin



                                                     





                                                            



terça-feira, 27 de dezembro de 2011


















Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de
ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os
pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser
diferente.
(Carlos Drummond de Andrade)


Imagem retirada do Google
07/01/2012 às 15:45h
http://mostraespiritadedancanovoshorizontes.wordpress.com/

DESIDERATA (Igreja de Saint Paul, Baltimore, 1693)


“Ande placidamente entre o barulho e a pressa e lembre-se de que a paz pode existir no silêncio. Mantenha-se em bons termos com todas as pessoas tanto quanto possível sem se render. Diga a sua verdade tranquila e claramente e ouça os outros, mesmo os obtusos e ignorantes, eles também têm a sua história. Evite as pessoas ruidosas e agressivas sem vexações ao espírito. Se você se comparar com os outros poderá tornar-se vaidoso e amargo, pois sempre haverá pessoas maiores e menores que você. Desfrute das suas realizações como também de seus planos. Mantenha-se interessado na sua própria carreira por humilde que seja; é uma verdadeira posse nas mutações do destino. Seja prudente nos negócios, pois o mundo está cheio de trapaças. Mas não deixe isto tornar você cego à virtude; muitas pessoas lutam por altos ideais e em toda parte a vida está cheia de heroísmo. Seja você mesmo. E sobretudo não finja afeição. Também não seja cínico a respeito do amor, pois acima de toda a aridez e desencanto ele é tão perene quanto a relva. Recolha mansamente o conselho dos anos, renunciando graciosamente às coisas da juventude. Nutra sua força espiritual para que o proteja da desgraça repentina. Porém, não se aflija com coisas imaginárias; muitos temores nascem da fadiga e da solidão. Junto a uma disciplina saudável, seja gentil para consigo mesmo. Você é uma criatura do universo, não menos que as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui, e seja evidente ou não para você, o universo sem dúvida se desenvolve como deve. Portanto, esteja em paz com Deus, e quaisquer que sejam os seus trabalhos e aspirações, mantenha-se em paz com a sua alma. Com todos os seus fingimentos, trabalhos e sonhos desfeitos, este continua sendo um mundo bonito. Tome cuidado, esforce-se para ser feliz!”

Imagem retirada do Google
em 07/01/2012 às 15:16h
Nuvens-de-Algodao-Aquarela.jpg
poemadia.blogspot.com

A marca que você deixa nas pessoas


Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém. Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido ate que pensei: O telefone! Rapidamente fui ate o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente a cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse: "Uma informação, por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido. "Informações." "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não está em casa?", ela perguntou. "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando?" "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo..." "Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. Eu respondi que sim. "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que esta crescendo. Mas eu estava inconsolável. Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria para gente e, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?" Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente: "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..." De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor. No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve exceção?" Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacifico. Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala.
Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo. Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho. Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos. Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor". Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações." Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve exceção?" Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: "Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul." Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo." "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse." Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã. "É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally."
Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu : "Informações." Eu pedi para chamar a Sally. "Você é amigo dela?", a voz perguntou. "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul." "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas. " Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou: "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul? "Sim." "A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler para você." A mensagem dizia: " Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender."
Eu agradeci e desliguei. Eu entendi... NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS . Devemos sempre estar atentos com o que falamos e fazemos para as pessoas que passam por nossas vidas. Agindo assim aumenta muito a probabilidade de deixarmos registradas LINDAS MARCAS em seus corações!!!!


Imagem retirada do Google
07/01/2012 às 15:34h
Aquarela - Liberdade

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O que acontece no meio


Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.
No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma.
Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo.
Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início.
Que o pensamento é uma aventura sem igual.
Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro.
Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato.
Que amar é lapidação, e não destruição.
Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais.
Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa.
Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso.
Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante.
Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa.
Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.
No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo.
Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio.
Que todas as escolhas geram dúvida, todas.
Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.
Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes.
Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte
– mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos.
Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável.
Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem (escrever, por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige delicadeza.
Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência.
Que não é preciso se estressar tanto em busca do orgasmo, há outras coisas que também levam ao clímax: um poema, um gol, um show, um beijo.
No meio, a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário.
Que é mais produtivo agir do que reagir.
Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue.
Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais.
Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade.
E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo.

Marta Medeiros

Imagem retirada do Google
http://gabinetedecuriosidades.blogspot.com/2011/09/lucia-pantaleoni-exposicao-virtual-do.html
As aquarelas de Lúcia Pantaleoni