quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Alguns dos textos do livro “Mergulho na paz”, de José Hermógenes



Enquanto ansiamos pela paz não a alcançamos.
Ansiedade e paz são antíteses. Nunca se juntam.

Como é frágil a paz de quem se acovarda diante da perspectiva de vir a perde-la.

Na ansiedade pela paz infinita, o homem chega a perder a limitada paz que já tem.

Viver é para quem, mesmo na solidão, não se sente só, e até mesmo sem nada fazer não se sente vazio e inútil.

Triste mundo onde ainda quase todos vivemos insensíveis à miséria dos ricos: à fragilidade dos violentos: à torpeza dos valentes: à ignorância dos eruditos; ao tédio dos eróticos, à indigência espiritual dos malvados; à dúvida dos dogmáticos; à insegurança dos opulentos; à tragédia das meretrizes; ao desalento dos fortes; à imaturidade dos corruptos; às lágrimas que os sorrisos em vão tentam esconder; aos dramas que as comédias disfarçam...
Que mundo triste esse, no qual nos distraímos com as aparências, iludimo-nos com as máscaras, divertimo-nos com as fantasias e pantomimas que todos representam.

São muitas as lágrimas derramadas que limpam os olhos, preparando-os para ver.
Mas, a realidade não pode ser vista enquanto os olhos não secarem.

Desiludir-se não é negativo.
É libertar-se. É nascer. É encaminhar.
Os iludidos, ou irão para o inferno ou já estão lá.
Só as desilusões desimpedem a estrada.
Deus abençoe minhas redentoras desilusões.

O Otimista não vê a realidade.
O pessimista, também não.
Vêem apenas os que querem – as aparências que lhes confirmam os preconceitos.

Temer a dor é covardia,
Tentar fugir, tolice.
Fazê-las nos outros sadismo.
Alimenta-la em si mesmo, masoquismo.
Revoltar-se, imprudência.
Compreende-la, amacia-la em aceitação é sabedoria, fortaleza, redenção.

É nas quedas que o rio cria energia.

Quando te sentires exaurido, aflito, deprimido, insatisfeito, atormentado, faz como o yoguin: - mergulha fundo dentro de Ti mesmo e bebe da fonte interna, que tem sempre o de que precisas.

Deus fala mais fácil, não quando ansiosamente lhe pedimos que fale, mas quando, humildes, calamo-nos, em espera tranqüila.

Antes de ser remanso, o rio se arrebenta todo nas corredeiras da montanha.

(Retirado do Site Casulo SP)

(Desconheço o autor da imagem)

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